Depois de rodar quase a Nova Zelândia inteira por cerca de 3 semanas, precisávamos de um refúgio para descansar antes de enfrentar a longa volta para o Brasil. Já tínhamos conhecido a ilha sul e agora chegávamos à Auckland, o mais norte da ilha norte que iríamos naquela viagem.
Tínhamos mais 2 dias e meio de viagem e não animei muito de passá-los na maior cidade do país. Também não teríamos tempo nem disposição para ir muito longe. E foi pesquisando que eu descobri que o oásis que eu procurava estava logo ali, do lado de Auckland: Waiheke Island, uma ilha que combina praias com vinícolas. Quem me conhece sabe que se tem duas coisas na vida que eu amo são justamente praias e vinícolas, o que eu busco sempre incluir nas minhas viagens de férias. E as duas no mesmo lugar soava mais que perfeito.
Waiheke fica bem pertinho mesmo de Auckland e pode ser acessada sem estresse através de ferries que vão e voltam várias vezes por dia (das empresas Fullers Ferry ou Sealink). Meia horinha depois, você já consegue desembarcar no paraíso. Simples assim.
Chegamos lá, pegamos um carrinho alugado numa locadora local e partimos para onde seria a nossa casinha pelos próximos dias. Escolhemos a Te Whau Lodge, uma pousada muito fofa com uma vista absurda de linda para uma baía cheia de barquinhos.
Não tenho dúvidas que a vista foi um dos pontos que mais me atraiu ao lugar, mas o que me conquistou ali foi a forma como fomos tratados. Primeiro, a pousada tem só 4 quartos, o que faz você se sentir como um real convidado dos donos. Segundo, os proprietários são simplesmente o casal mais fofo do planeta! Chega a ser inacreditável tanta fofura (eu juro que cheguei a pensar algumas vezes “sério, ninguém pode ser tão feliz assim todo dia”). A Marg e o Rob são aposentados e resolveram abrir a Te Whau Lodge há um tempinho como forma de investimento. Eles ficam lá a maior parte do tempo e recebem os hóspedes com um super carinho e dedicação.
No dia que chegamos, eles vieram todos animados querendo mostrar o mapa de Waiheke e dar dicas das melhores vinícolas e praias para conhecermos. Colocaram no nosso carro um kit de praia com cadeira, guarda sol e canga e nos deixaram à vontade para explorar a ilha.
No horário do por do sol, eles se reuniram com os convidados (sim, eu me senti mesmo uma convidada daquele casal incrível) e abriram um vinho local, que serviram junto com uns canapés enquanto batiam papo com a gente.
À noite, quando chegamos do jantar, eles estavam colocando bombons de chocolate e uma garrafa de vinho do Porto em cada um dos quartos, para tomarmos um digestivo antes de dormir. Tratamento VIP.
E no café da manhã, eles mesmo fizeram tudinho que serviram para a gente. Sucos, granola, iogurte, omeletes, pães. Foi tão acolhedor ficar ali e muito gostoso se sentir parte de uma família neozelandesa. Conversamos tanto com eles – especialmente com a Marg, que adora conversar – e conseguimos extrair ainda mais um pouco da cultura daquele país que já tinha ganhado nossos corações pelas paisagens inacreditáveis. Aliás, não tenho dúvida que uma das coisas que mais nos marcou em Waiheke foi justamente ter a oportunidade de estar próximo da Marg e do Rob. Impossível não pensar em como é a vida daquele casal, com talvez seus 65-70 anos, cuidando da sua casa e mimando os hóspedes. Com certeza é algo que eu amaria fazer.
A pousada é foférrima e é bem estilo casa. Uma salona com lareira, uma super varanda de frente para a tal baía e um gramadão bem na frente dão um ar casa de campo com aquela paz que a gente precisava. Os quartos são todos iguais, com uma varandinha fofa e uma cama daquelas que não dá vontade de levantar.
Em relação ao que fazer na ilha, assumo que não pesquisamos muito antes de ir. Fomos um pouco na vida louca mesmo. Pegamos algumas dicas com a Marg e o Rob e fomos parando pelo caminho e experimentando o que aparecia pela frente, num clima de total liberdade (assumo que não isso tem muito a ver comigo porque eu sou a freak do planejamento, mas foi gostoso demais sair sem rumo!). Como destaques, as vinícolas que mais nos marcaram foram a Cable Bay, Man O’War, Passage Rock, Stonyridge, Obsidian e Casita Miro.
Gostamos muito da praia de Onetangi e gostaríamos de ter tido mais tempo para alugar um barco ou um jet ski e atracar em uns mini pedaços de areia totalmente isolados ao redor da ilha. Mas infelizmente essa experiência vai ter que ficar para a próxima.
Acertamos muito em escolher Waiheke como a última parada da nossa incrível e longa jornada pela Nova Zelândia.
Ficou curioso com Waiheke? Consegui fazer alguns vídeos com o drone lá do Te Whau Lodge (infelizmente na maior parte do país os drones são proibidos).