Desde pequena sempre vi minha mãe usando biquínis em praias e clubes que freqüentávamos. Mesmo gorda, ela sempre dizia que preferia esse tipo de peça a maiôs, por questão única e exclusiva de gosto pessoal. Cresci entendendo que, independente do meu tipo de corpo, eu podia usar biquínis quando eu tivesse vontade. Quando cheguei à adolescência, minha barriga começou a ser uma questão pra mim, porém, minha relação de luta contra ela rolava em todos os momentos, exceto na praia e clube. Parece que nesses lugares eu me sentia mais livre, já que todo mundo também usava esse tipo de peça. Usar um cropped no shopping? Impossível. Já um biquíni na praia? Aceitável, tá todo mundo usando.
Como disse, cresci com essa certa liberdade na minha própria cabeça de usar o que eu tivesse vontade na praia e clube. Quando o meu blog começou a crescer e ganhar algum destaque no cenário plus size, recebi uma enxurrada de perguntas de mulheres sobre como eu conseguia usar biquíni na praia e clube e como eu tinha coragem de usar biquíni nessas ocasiões. Coragem, minhas amigas, foi a palavra usada. Comecei a pensar no quanto o biquíni, que pra mim sempre foi tão normal desde a infância, é uma peça que é difícil ser usada quando nos sentimos oprimidas por uma sociedade que quer que a gente sinta vergonha do nosso corpo.
biquini estampa palha | biquini estampa pirâmides
A questão é: eu nunca vi o uso do biquíni como um ato de coragem. Sempre foi tão natural pra mim ver minha família, cheia de mulheres fora do padrão, usando esse tipo de peça, que nunca limitei o uso dela. Aliás, minha resistência maior sempre foi encontrar o maiô perfeito, daqueles com cara de rica no iate, pra arrasar igualmente com a peça única.
Hoje também tenho alguns modelos que amo, mas o biquíni continua sendo meu favorito em qualquer situação. Me sinto confortável usando as duas peças, me sinto livre e, pasmem, bonita! Mesmo mostrando mais minha celulite, estrias e barriga maior, realmente não me importo de colocar meu biquíninho e correr pra praia mais próxima.
Sinto que o biquíni está cada vez mais deixando de ser uma peça opressora, que só magras do tipo X podem usar, pra ser algo libertador pra todas nós mulheres. Então, proponho que a gente comece a parar de se apontar nas praias e clubes, vendo características que as vezes não curtimos tanto. Troquemos essa atitude pelo grito de liberdade que só um biquíni bonito e com caimento ideal pode nos proporcionar. Que a gente se sinta livre pra curtir o verão, e porque não o inverno, de biquíni, amando mais nosso próprio corpo e nos podando menos. Ah! Todos os modelos das fotos desse post são da Marcyn, minha marca favorita de peças de moda praia plus size.
2 Comentários
thaila carolina
04.06.2018 às 16:09Arrasou demais!
Júnia
04.06.2018 às 19:07Sempre usei biquíni. E nunca vi o que me deixava surpresa era ouvir: nossa! Que legal vc usa biquíni !
Sim uso. E usarei sempre que quiser.
Não pode? Eu hein? !